História: A história da Tapada do Chaves remonta ao início do século XX, quando a família Chaves plantou na sua pequena tapada as primeiras vinhas nas
encostas da Serra de São Mamede, iniciando uma relação de paixão e de dedicação à terra. Localizada na freguesia de Frangoneiro, nos arredores de Portalegre, a Tapada do Chaves, acumula mais de um século de existência e assumiu um papel proeminente na criação da região demarcada no Alentejo com os seus vinhos de origem protegida. Na Tapada do Chaves encontram-se duas das mais velhas parcelas de vinha do Alentejo, em produção, com registos nos anos de 1901 para a vinha tinta e em 1903 para a vinha branca. Com 60 hectares de terra e 32 de património vitícola, a tapada situa-se sobre um maciço de granito e a uma altitude generosa, numa zona fortemente influenciada pela orografia e pela cobertura agroflorestal, num microclima decisivo para a qualidade e tipicidade dos vinhos aí
produzidos. Trata-se de um lugar singular pelo seu património e pelo seu potencial.
Castas: Field blend, com destaque para Arinto, Malvasia Fina, Fernão Pires, Tamarez e Roupeiro.
Tipo de Solo: Granítico
Vinhas: Vinha velha (1903)
Notas de Prova: Cor verde palha. Elevada complexidade aromática, citrinos, flor de laranjeira, erva seca, pederneira frutos secos. Muito equilíbrio e intensidade, com extraordinária complexidade e expressão de fruta, de acidez firme. Final longo e muito persistente, termina frutado, com muita elegância e carácter.
Vindima: O ano de 2022 foi um dos mais quentes e secos de que há registo em toda a Europa Ocidental. Em Portugal, seca severa entre os meses de Maio e Agosto, contrastando com chuva intensa em plena vindima, trazendo à viticultura enormes desafios. O inverno foi equilibrado, de baixa precipitação, verificando-se temperaturas amenas na Primavera que proporcionaram um rápido desenvolvimento das vinhas. O verão foi extremo, com várias ondas de calor em Agosto, gerando grande impacto nas vinhas por todo o Alentejo. Um ano de detalhe e paciência na vinha, com maturações difíceis, bagos de menor dimensão e bastante heterogeneidade. A perspetiva no final da vindima foi surpreendente, com uma progressão das maturações de grande expressividade, onde as vinhas mais velhas do Alentejo demonstraram a sua inigualável adaptação e resiliência.
Vinificação: Vindima manual proveniente da vinha centenária plantada na Tapada em 1903. Escolha manual da uva, seguida de prensagem em cachos inteiros, sem desengace. Clarificação do mosto clássica, por gravidade a baixa temperatura. Fermentação em depósitos de aço inoxidável e em barricas de carvalho francês, recorrendo a leveduras neutras, procurando demonstrar ao máximo a tipicidade e expressão do terroir.
Estágio: Durante 6 meses em depósito de aço inoxidável e em barricas de carvalho francês, com batonnage. Em garrafa durante 24 meses.
Data aconselhada para consumo: 2024 a 2035
Temperatura de serviço: 14ºC
Enologia: Pedro Baptista | Duarte Lopes